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De acordo com o embaixador daquela organização continental, Gordon Kricke, que falava ontem no seminário sobre Avaliação das Necessidades Pós-Desastre e Quadro de Recuperação Resiliente, a União Europeia está a apoiar as populações mais vulneráveis devido aos quatro anos consecutivos de seca e os efeitos prolongados do fenómeno “El Nino” no sul de Angola.

O embaixador disse que o projecto para reduzir a mortalidade e morbilidade infantil causadas pela desnutrição tem a participação da organização não-governamental “Visão Mundial”, em parceria com o Departamento Nacional de Nutrição do Ministério da Saúde.

O embaixador da União Europeia disse esperar que o seminário, organizado pela Comissão Nacional de Protecção Civil em parceria com ONU, Banco Mundial e União Europeia,oriente a elaboração de um plano de recuperação que identifique as necessidades das populações mais vulneráveis e defina medidas para reduzir os efeitos da seca na região.

Segundo o diplomata, a União Europeia apoia este processo de avaliação de necessidades pós-desastres em vários países, em conjunto com as Nações Unidas e o Banco Mundial, ao nível metodológico, técnico e financeiro. O seminário, para o embaixador, é o ponto de partida para a realização deste processo em Angola que vai fornecer competências aos participantes para realizarem o trabalho de campo, recolhendo informações necessárias ao alcance dos resultados do programa de Avaliação das Necessidades Pós-Desastres. O projecto tem a contribuição financeira da União Europeia e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

Ciclos de seca

O secretário de Estado do Interior, José Bamóquina Zau, disse no seminário que os ciclos de seca que afectam as províncias do Sul de Angola desde 2012 têm levado o Executivo a investir na redução do risco de desastres através do desenvolvimento de uma abordagem de continuidade de serviços e negócios, bem como do desenvolvimento de estratégias de protecção financeira, incluindo a retenção e transferência do risco.
Ao discursar na abertura do seminário, que decorre em Luanda durante três dias, o secretário de Estado do Interior afirmou que as comunidades rurais das províncias do Cunene, Huíla e Namibe têm vindo a perder as reservas alimentares e sementes, prolongando desta forma os ciclos de pobreza e o aumento da vulnerabilidade aos choques climáticos.

Lidar com calamidades

As comunidades agro-pastorais, disse Bamóquina Zau, vão perdendo a capacidade de lidar com as calamidades, associadas às dificuldades ambientais que se resumem na diminuição da qualidade do pasto e das terras de pastagem, redução do acesso à água para consumo humano e animal, problemas de saúde animal e perdas resultantes da diminuição da capacidade para cultivar os campos,bem como a degradação da fertilidade dos solos e a qualidade da água. O secretário de Estado do Interior fez saber que a Comissão Nacional de Protecção Civil assistiu, durante os anos 2013 e 2014,populações das províncias do Sul do país, afectadas pela seca. Numa altura em que Angola enfrenta uma diminuição de produtos alimentares, José Bamóquina Zau frisou que a agricultura deve ser revitalizada de modo a produzir alimentos suficientes para a população do país, que está a crescer.

O secretário de Estado do Interior disse ser está a perspectiva em torno da realização do seminário que visa ainda avaliar o impacto da seca nas províncias afectadas e definir estratégias, incluindo financeiras, para contrapor à seca no futuro. 

A coordenadora residente das Nações Unidas interina, Florbela Fernandes,disse que para complementar o esforço do Executivo no combate à seca no Cunene, Huíla e Namibe, as Nações Unidas iniciaram um apoio técnico e financeiro em Março deste ano, em colaboração com a Comissão Nacional de Protecção Civil.

A coordenadora residente das Nações Unidas interina, Florbela Fernandes,disse que para complementar o esforço do Executivo no combate à seca no Cunene, Huíla e Namibe, as Nações Unidas iniciaram um apoio técnico e financeiro em Março deste ano, em colaboração com a Comissão Nacional de Protecção Civil. O apoio técnico e financeiro, disse Florbela Fernandes, visa responder às necessidades identificadas nas três províncias inseridas no Plano Nacional de Preparação, contingência, resposta e recuperação de desastres e calamidades 2015-2017, definido pelo Executivo.

A responsável considerou que as intervenções de curto prazo não são suficientes para conter a seca que atinge a região sul, sendo que a Comissão Nacional de Protecção Civil identificou a necessidade de se desenvolver um programa de médio e longo prazo para melhorar as condições das comunidades abrangidas.

Fonte: Jornal de Angola, para aceder click aqui