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Programa JIRO e UNFPA, 17.370 jovens Angolanos participaram em acções sobre saúde sexual e reprodutiva, VIH-SIDA e planeamento familiar


Edna Cazengue, jovem de Luanda, participa no programa JIRO.

 

 

Angola tem uma população jovem, 46,4% dos angolanos tem menos de 15 anos e 65,9% tem menos de 25 anos.

 

A juventude é a fase em que o indivíduo necessita, sobretudo, de um bom acesso à educação, saúde, emprego e informação. Os sucessivos Governos têm vindo a promover diversos programas que visam proporcionar aos jovens mais e melhores condições de participação na vida social, política, económica e cultural do País. É neste âmbito que o Governo Angolano, através do seu Departamento Ministerial, gizou o Programa Juventude Informada, Responsável e Organizada (JIRO). Projecto liderado pelo Ministério da Juventude e Desportos (MINJUD), que tem o apoio do Fundo das Nações Unidas para a População (UNFPA).

 

Entre Janeiro e Abril de 2021, o programa JIRO chegou a 56.792 jovens em todo o país. Destes,  17.370 participaram em acções sobre saúde sexual e reprodutiva, VIH-SIDA e planeamento familiar. 

 

Edna Cazengue não sabia o que era o JIRO até se deixar contagiar pelo entusiasmo de um amigo. “Fui convidada por um colega da minha irmã que nos falou acerca do projecto. Achei interessante e passei a frequentar os encontros dos kambas do JIRO em Viana, na Casa da Juventude”, conta. Imediatamente decidiu actuar. “Em 2019, passei a fazer parte do JIRO. Participei na minha primeira formação como activista e até ao momento já fiz quatro formações. Hoje, sou técnica de aconselhamento e testagem de VIH, e faço parte da nova plataforma do SMS Jovem.”

 

O percurso meteórico de Edna Cazengue neste projecto impulsionado pelo MINJUD acompanha o crescimento do próprio JIRO. O programa está a ser implementado aos poucos em todo o país. Este ano, expandiu-se para as províncias do Zaire e Bengo, e para os municípios da Gabela (Cuanza Sul), Cuango e Lucapa (Lunda Norte) e Ndalatando (Cuanza Norte). À medida que o programa cresce - em Maio chegará aos municípios do Luchazes e Léua, no Moxico - aumenta a necessidade de formadores. Entre Janeiro e Abril, 101 activistas foram formados. No total, em todo o país 800 jovens já passaram pelo mesmo percurso de capacitação que Edna Cazengue. Todos com uma missão única, como diz a activista: “fortalecer as competências de adolescentes e jovens, de modo a optarem por estilos de vida e comportamentos saudáveis.” Como comenta, “existem zonas em que os jovens não têm acesso a essas informações e precisam de palestras e aconselhamento”. Alguns deles, reconhece, “quando o assunto é a sexualidade, ainda têm alguns tabus, mas todos têm mostrado interesse em aprender”. 

 

Desta forma, Edna Cazengue resume a grande meta do JIRO. Por um lado, melhorar a informação sobre temas prementes, entre os quais os direitos sexuais e reprodutivos, prevenção de gravidez na adolescência  e  infecções de transmissão sexual, incluindo o VIH; por outro, formar jovens para que eles mesmos se convertam em activistas e influenciem outros colegas. A tarefa é árdua, mas o caminho está a ser trilhado a uma velocidade cada vez maior.  Só entre Janeiro e Abril deste ano, o programa chegou a 56.792 jovens em todo o país. Destes,  17.370 participaram em acções sobre saúde sexual e reprodutiva, VIH-SIDA e planeamento familiar. Também receberam preservativos. Em todos os municípios de Luanda e noutras províncias realizaram-se bancadas femininas. Durante a campanha Março Mulher, 8.000 jovens (4580 rapazes e 3420 raparigas) envolveram-se em várias actividades. As palestras chegaram a 422 e o programa SMS Jovem, a um número impressionante de 44  mil jovens.

 

Edna Cazange sabe que por trás destes números duros há muito trabalho, muita dedicação e entusiasmo. Sabe que “o bom activista faz-se no campo”, nas “formações, participando nas actividades e nos encontros com os kambas”, a sua parte preferida. “O nosso lema é nunca ficar parado!”. E ela cumpre a regra à risca. Motivada “pelos líderes do projecto” que conheceu quando integrou o JIRO, move-a a vontade de “ajudar as outras pessoas e contribuir para a mudança de valores de outros jovens”.  “O JIRO tem impacto nas nossas vidas, temos aprendido muito dentro do projecto, até já nos beneficiamos de subsídios em algumas actividades destas formações”, testemunha.

Recursos para serviços de saúde sexual e reprodutiva diminuidos, podem contribuir  para um aumento de gravidezes não desejadas,  para um aumento na necessidade não atendida de contracepção e aumento do número de abortos inseguros e de infecções sexualmente transmissiveis. Daí que as acções do JIRO são muito importantes no actual contexto da COVID-19.