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Os jovens constituem  a maioria da população Angolana e a camada com maior e mais rápido crescimento proporcional da população em África.  A junção dos grupos etários dos 0-­‐14 anos de idade e dos 15-­‐24 anos de idade, representa uma população extremamente jovem, correspondendo a cerca de 65% da população residente.

O fosso entre jovens e idosos é enorme, onde apenas 2% da população tem 65 ou mais anos. A população jovem é reconhecida como uma oportunidade para renovar o capital social e económico de África. Angola tal como em alguns países da África Subsariana tem um grande reservatório de talento jovem e vai continuar a desfrutar deste bónus nos próximos 15-20 anos,  se investimentos forem feitos para que os jovens alcancem o seu pleno potencial.

A gravidez na adolescência tem sido reportada como um dos principais desafios a ser enfrentado em Angola. Indicadores precisos para dimensionar o problema e apoiar a tomada de decisões, não estão disponíveis. Entretanto, este é um tema recorrente, observado na comunidade, nos serviços de saúde, especialmente nas maternidades e nas escolas.

De modo geral em Angola, à semelhança do que acontece em muitas partes do mundo, as adolescentes que engravidam são as com baixo nível de escolaridade, que convivem em contextos de pobreza e vivem nas áreas rurais e peri-urbanas. Ao se descobrir grávida, além de enfrentar os conflitos que surgem na família e a frequente fuga à paternidade, a adolescente, geralmente, também abandona a escola,  e passa a ter como preocupação a  necessidade de buscar formas para sustentar a si e ao seu bebé. Outros problemas que afectam directamente a saúde dos adolescentes e jovens são o consumo abusivo de álcool e outras drogas ilícitas além dos acidentes de viação.

Quando uma menina fica grávida, seu presente e futuro se alteram radicalmente, e raramente para melhor.

 

Dados Estatísticos 

Dados demonstram que a idade media para o início da vida sexual esta em torno dos 13 anos e a proporção de mulheres que aos 19 anos já tiveram o primeiro filho é de 55%. Quanto as gravidezes 3% ocorrem entre os  12 & 14 anos, 7% entre os 15 & 17 anos  de idade sendo que contribui para cerca de 7,5% do abandono escolar. Os dados  apontam ainda que apenas 29% dos adolescentes            e                   jovens (15-24 anos) tem conhecimentos em relação a transmissão do VIH e apenas 29%  sabe quais são as formas eficazes de evitar a transmissão. 

Quando uma menina fica grávida, seu presente e futuro se alteram radicalmente, e raramente para melhor. Sua educação pode ser interrompida, suas perspectivas de emprego desaparecem, e sua vulnerabilidade à pobreza, à violência, ao casamento precoce, à exclusão e à dependência se multiplicam.

Trabalho do UNFPA 

O foco do trabalho do UNFPA em Angola centra-se na promoção do acesso universal à informação e aos serviços de saúde reprodutiva, incluindo o planeamento familiar para os adolescentes e jovens, com especial atenção as meninas dos 10 aos 14 anos. O UNFPA utiliza uma série de estratégias para apoiar adolescentes e jovens tais como:

  • Trabalha com parceiros para incorporar as questões da juventude nas estratégias nacionais de desenvolvimento e de redução da pobreza.
  • Apoia a expansão e o acesso à educação sexual e de género.
  • Apoia a implementação de um pacote básico de serviços de saúde e de suprimentos para os jovens.

Os resultados esperados para o período de 2015-2019 no tocante a melhoria das condições de vida e saúde dos adolescentes e jovens angolanos passam pela fortalecimento da capacidade institucional do Ministério da Saúde  para oferecer serviços integrados de planeamento familiar, saúde materna e de prevenção de ITS/VIH, de alta qualidade, e pelo aumento da capacidade dos professores do ensino primário, secundário e ADECOS, para implementar na escola e na comunidade programas de educação sexual abrangente (ESA).

Acções Prioritárias 

Dentro do plano de trabalho do UNFPA e os seus parceirosde implmentação, algumas acções prioritárias foram identificadas no sentido de alcançar os resultados esperadas, são elas: 

Ministério da Saúde:

  • Prestar apoio técnico para a operacionalização da Comissão e Comités de Prevenção das Mortes Materna e Neonatais;
  • Apoiar o MINSA na avaliação dos Cuidados Obstétricos e Neonatais de Urgência,
  • Prestar assistência técnica na actualização de protocolos nacionais de serviços de saúde sexual e reprodutiva orientados principalmente aos jovens e respeitando o contexto cultural;
  • Advogar para a expansão de serviços de Saúde Reprodutiva Amigos dos Jovens, integrando Planeamento Familiar e VIH-SIDA ;
  • Apoiar o Governo na implementação do plano de aceleração da resposta ao VIH e SIDA, com enfoque em mulheres grávidas, adolescentes e jovens;

Ministério da Educação:

  • Apoiar no monitoramento e avaliação do Compromisso Interministerial da SADC sobre a implantação da Educação Sexual Abrangente (ESA) nas escolas da rede pública de ensino;
  • Prestar apoio técnico para actualizar e testar os currículos de educação sexual existentes nos cursos de formação de professores e escolas primárias e secundárias para garantir que eles incluam a ESA com destaque para o planeamento familiar e prevenção de ITS/HIV;
  • Reforçar a capacidade das equipas técnicas do MED para actualizar os professores na disseminação das informações sobre ESA;

Ministério da Juventude e Desporto:

  • Advogar para a implementação do Plano de Desenvolvimento Nacional da Juventude (2014-2017);
  • Apoiar o MINJUD e o Instituto Angolano da Juventude a implementar o Projecto Juventude, Informada, Responsável e Organizada (JIRO).