Luanda - O fim do ciclo da gravidez na adolescência requer um compromisso por parte das nações, comunidades e indivíduos nos países desenvolvidos e em desenvolvimento e de investimentos em meninas adolescentes, afirmou hoje, quinta-feira, em Luanda, a representante do Fundo das Nações Unidas para a População (UNFPA) em Angola, Kourtoum Nacro.
A afirmação foi feita no acto de abertura de uma palestra sobre “a gravidez na adolescência", promovida por ocasião do Dia Mundial da População, a comemorar-se hoje.
Segundo Kourtoum Nacro, a gravidez na adolescência não é apenas uma questão de saúde, é uma questão de desenvolvimento e está enraizada na pobreza, desigualdade de género, violência, criança e casamento forçado.
Adiantou que está ainda interligado aos desequilíbrios de poder entre os adolescentes e seus parceiros masculinos, falta de educação e o fracasso dos sistemas e instituições para proteger os seus direitos.
Disse que para trazer à atenção global, este ano o dia mundial está centrado na gravidez na adolescência.
Frisou que os governos deverão promulgar e reforçar as leis nacionais que aumentem a idade de casamento para os 18 anos e devem promover esforços baseados na comunidade, que apoiem os direitos das meninas e que previnam o casamento infantil e suas consequências.
Acrescentou que os adolescentes e jovens devem ter acesso a educação sexual compreensiva apropriada a sua idade, de forma a desenvolver o conhecimento e suas habilidades, para proteger a sua saúde ao longo da vida.
Kourtoum Nacro disse, no entanto, que a educação e a informação não são suficientes, razão pela qual s serviços de saúde reprodutiva de no qualidade devem estar disponíveis para que os adolescentes possam fazer escolhas informadas e saudáveis.
Salientou que ao nível local as comunidades deviam providenciar infraestruturas necessárias para prestar cuidados de saúde reprodutiva de uma forma sensível e amigável para os jovens.
A nível mundial 16 milhões de adolescentes entre 15 aos 19 anos dão a luz em cada ano, e as complicações da gravidez e parto são a principal causa de morte entre as jovens nessa faixa etária, especialmente nos países em desenvolvimento.
