Como o Ministério da Saúde de Angola esta Utilizar Intervenções de Emergência para Fortalecer o Sistema de Saúde a Longo Prazo
BAIRRO 5 DE ABRIL, NAMIBE, ANGOLA – “Trabalhando com mulheres, o meu maior desafio é o de levar conhecimento, porque quem não tem conhecimento não vai conseguir fazer nada, elas com o conhecimento já sabem a prevenção, já sabem o que têm de fazer durante o tempo de gestação ou mulher em idade reprodutiva” disse Carolina Manuel Sousa, 42 anos de idade, técnica média de enfermagem de terceira classe
Carolina Manuela Sousa ou simplesmente “Caró” como é tratada pelos colegas, sempre teve o sonho de servir a comunidade. Antes de ingressar para o Ministério da Saúde, tentou a sorte nas Forças de Defesa e Segurança, alimentava a esperança de poder trabalhar para a Polícia Nacional, porém, na área ligada à saúde para que pudesse cuidar dos colegas. O destino acabou por mostrar-lhe um caminho diferente: continua a prestar serviços à comunidade, mas não nas Forças de Defesa e Segurança como sempre quis. Hoje, assume-se como uma profissional que presta o seu saber para o Ministério da Saúde em Moçâmedes.
Carolina Sousa exerce a função de enfermeira há 14 anos, hoje, está colocada como responsável da sala de parto, obstetrícia e planeamento familiar do Centro de Saúde do Bairro 5 de Abril em Moçâmedes. Carolina faz parte do grupo de 240 profissionais de saúde que beneficiaram da formação implementada pelo Governo de Angola, UNFPA e o Banco Mundial para garantir os serviços de Saúde Sexual e Reprodutiva nas regiões afectadas pela seca.
“A formação foi benéfica, porque há coisas que eu não fazia antes, como por exemplo: calcular a idade gestacional, rastrear as ITS que são as doenças de transmissão sexual e hoje, estou a fazer e implementar o que aprendi durante a formação. Também com o conhecimento adquirido tive de formar os meus colegas e hoje há mais procura dos nossos serviços”
A enfermeira “Caró”, aponta melhorias significativas com os conhecimentos adquiridos e faz uma comparação do antes e depois da formação, o que lhe enche de orgulho em poder trabalhar mais e melhor para o desenvolvimento da comunidade com a qual trabalha.
“O meu sonho é ver mais mulheres a aderirem às consultas do planeamento familiar, porque elas aderindo ao planeamento familiar terão poucas dificuldades em poder estabilizarem-se ou sustentarem os seus filhos, porque há muitas mães com crianças de 6 meses ou 1 ano e volta a engravidar. Por quê? Porque ela não tem o conhecimento de fazer o planejamento familiar.”
Hoje há mais aderência na procura dos serviços de planeamento familiar, pois a informação flui cada vez mais e o conhecimento começa a tomar conta no seio da comunidade e há mães que depois do parto, conseguem sair da unidade hospitalar já utilizando algum método de planeamento familiar.
Estima-se que 39% de mulheres dos 15 aos 45 anos na província do Namibe pretendem aderir ao planeamento familiar, mas, por falta de conhecimento, ainda não sabem como proceder. O Governo de Angola em parceria com o UNFPA e o Banco Mundial, implementam um programa para o fortalecimento da saúde a longo prazo, como forma de manter os cuidados básicos a mulheres grávidas e crianças nas regiões mais afectadas pela seca em Angola. Para garantir os serviços de Saúde Sexual e Reprodutiva, implementou-se uma ação de formação do pacote integrado dos serviços de Saúde Sexual e Reprodutiva com os profissionais de saúde nas províncias da Huíla, Namibe, Cunene e Cuando Cubango.