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Luanda – Comemora-se hoje, (sabado) 11 de Julho, O Dia Mundial da População, criado pelo Conselho de Governadores do Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas, em 1989.

A data foi inspirada devido ao interesse público, em 1987, ano em que a população mundial atingiu cinco biliões de pessoas.

Mais de 140 países em todo o mundo comemoram esta data, que enfatiza a importância do planeamento familiar para o bem-estar das famílias, comunidades e nações e ressalta a necessidade de maior integração desses serviços aos planos nacionais de desenvolvimento.

Numa mensagem por ocasião do Dia, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-Moon, destaca que estudos confirmam que o planeamento familiar traz benefícios imediatos para as vidas e a saúde das mães e de suas crianças.

"No Dia Mundial de População, vamos focar na importância crítica do planeamento familiar se queremos ser bem sucedidos na realização dos Objectivos de Desenvolvimento do Milênio", disse.

A actual população mundial é de 6,5 biliões de pessoas e pode chegar a nove biliões em 2050, de acordo com um relatório da ONU. O documento alerta para o facto de que existe uma grande diversidade nas tendências demográficas de cada país.

Conforme o relatório, o maior aumento da população nas próximas décadas acontecerá em países da África e da Ásia, liderado pela Índia, China, Paquistão e Nigéria, seguidos dos Estados Unidos.

Foi constatado que houve um crescimento no uso de anticoncepcionais no mundo, de 54%, em 1990, para 63%, em 2000, e que a população dos países desenvolvidos utiliza métodos de efeito a curto prazo e reversíveis, enquanto nas nações pobres optam-se pelos de efeitos prolongados.

Os dados do relatório apontam ainda para a diminuição da população em alguns países desenvolvidos, em função da baixa taxa de natalidade, devendo se mais acentuada na Rússia, Ucrânia, Japão e Itália e em menor grau na Polónia, Roménia, África do Sul e Espanha.

Estima-se também que em 2050 o número de pessoas com 50 anos some dois biliões de habitantes em todo mundo, em comparação com os 600 milhões no início do século XXI. Com isso, a idade média da população mundial, hoje de 26 anos, subirá para 37 anos, em 2050.

Os movimentos migratórios, por sua vez, conforme o relatório, duplicaram entre 1960 e 2000, com mais de 175 milhões de pessoas vivendo fora de sua pátria. Os países com mais imigrantes são os EUA, com quase 35 milhões, seguidos em número bem menor por Rússia, Alemanha, Ucrânia, França, Índia e Canadá.

O relatório afirma que o índice de mortalidade, cuja expectativa era de diminuição nos países pobres, deve aumentar por causa do crescimento das mortes por epidemia de HIV, especialmente na África, a região mais afectada.

Relativamente a Angola, a sua população, estimada em 16,8 milhões de habitantes, deve, até 2020, subir para 24 milhões, de acordo com estimativas divulgadas pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

O documento, tornado público no ano transacto por ocasião da data, refere que essa tendência deverá se verificar caso se mantiver a actual taxa de crescimento demográfico, estimada em 2,9 por cento/ano e considerada uma das mais altas do mundo e superior à média da África subsaariana, que é de 2,8 por cento.

O INE reconhece que “o contexto demográfico exerce um papel determinante na emergência e evolução da pobreza”.

O documento refere que “o Governo tem procurado, com o apoio aos seus parceiros, em particular do Fundo das Nações Unidas para a População (FNUAP), implementar um Plano de Acção com o objectivo de proporcionar à população melhor qualidade de vida, e sempre consciente do muito que ainda há por fazer para melhorar os indicadores sócio-económicos do país”.

“Com a paz alcançada em Abril de 2002 urge atender, a curto prazo, às inúmeras questões sociais que constituem factor de deterioração do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) nacional”, refere a nota.

O documento destaca ainda o empenhamento do Governo na melhoria das condições de vida dos angolanos, através da promoção de acções que visam a estabilidade macroeconómica e o combate à pobreza, tendo em conta os factores demográficos e a interligação entre problemas económicos, tecnológicos, ambientais, culturais e institucionais.