O Fundo das Nações Unidas para a População (UNFPA) em Angola lançou ontem, dia 9 de Julho, o Relatório sobre a Situação da População Mundial 2020, com o tema “Contra a Minha Vontade: Desafiando as Práticas que Prejudicam Mulheres e Meninas e Impedem a Igualdade”.
O relatório cita 19 práticas prejudiciais consideradas violações dos direitos humanos e foca nas três práticas mais prevalentes a nível global: mutilação genital feminina, casamento infantil e preconceito extremo contra filhas a favor de filhos.
De acordo com a Representante do UNPFA em Angola, Dra. Florbela Fernandes: “As práticas nocivas têm em comum uma concepção generalizada de que as meninas valem menos do que os rapazes e que é, portanto, permitido controlar os seus corpos e as suas vidas.”
Segundo a Secretária de Estado para a Família e Promoção da Mulher (MASFAMU), Dra. Elsa Maria Barber Dias dos Santos: “O Estado Angolano tem se engajado bastante na causa da defesa para a igualdade de género, pelos diversos instrumentos internacionais que ractificou e assumiu.”
Cerca de 200 milhões de meninas e mulheres vivas hoje sofreram alguma forma de mutilação genital. Hoje, ao redor de todo o mundo, até o final do dia, cerca de 33.000 meninas serão forçadas a se casar. Estima-se igualmente que 140 milhões de meninas estão desaparecidas da população mundial, devido à preferência por meninos e negligência para com as meninas, que permitiram que elas deixassem de existir.
Embora tenha havido progresso quanto à eliminação de algumas práticas prejudiciais em todo o mundo, a pandemia do COVID-19 ameaça reverter estes ganhos.
Estiveram presentes como oradores, entidades do Ministério da Economia e Planeamento (MEP), Ministério da Acção Social, Família e Promoção da Mulher (MASFAMU), Ministério da Juventude e Desportos (MINJUD), Ministério da Saúde (DNSP), o Coordenador Residente das Nações Unidas em Angola, assim como vários parceiros da sociedade civil e da Organização das Nações Unidas a prestigiar o referido evento.
O UNFPA em Angola reforça o seu compromisso de junto com os seus parceiros, acelerar o alcance de Zero Violência Baseada no Género e Práticas Nocivas contra Mulheres e Meninas, no âmbito dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), em particular o Objectivo 5 (Igualdade de Género) até 2030.