A Boa Gestão da Saúde Menstrual (MHM) permite que mulheres e meninas exerçam e gozem dos direitos humanos com base na igualdade.
Gestão de saúde menstrual pobre, incluindo a falta de saneamento, saúde, autonomia corporal de mulheres e meninas, estigmatização e limitação por práticas sociais, culturais ou religiosas “podem impactar negativamente na medida em que impedem que meninas e mulheres desfrutem de certos direitos, incluindo educação, trabalho e saúde”. Gestão de saúde Menstrual está intrinsecamente ligada à capacidade das pessoas de exercer os seus direitos.
Existem 10 milhões de meninas e mulheres em idade reprodutiva em Angola e em termos de educação, enquanto 75% das meninas frequentam o ensino primário, essa proporção cai para escassos 15,5% no ensino médio ou secundário o que coincide com a idade da primeira menstruação ou menarca. Além disso, 58% das mulheres que não concluíram nenhum nível de escolaridade já iniciaram a vida reprodutiva, o que é mais que o dobro daquelas com ensino médio ou superior (apenas 25%).
Não existem ainda indicadores precisos disponíveis em Angola para medir qualquer tópico relacionado com a Saúde Menstrual e, assim, apoiar o problema e integrar as mulheres e raparigas nos papéis de tomada de decisão. Isso acrescenta significado e poder a este tipo de programas que estamos a implementar, ao gerar evidências para influenciar a criação de políticas nacionais que promovam a saúde menstrual para manter as meninas na escola e adiar a primeira gravidez.
As Formações de Formadores em Saúde Menstual em Angola tiveram o seu início em 2020, através de uma parceria criada entre o Governo de Angola ,o UNFPA e a BeGirl Inc onde num contexto de grande incerteza da Pandemia da COVID 19, foram formados até final de 2021 56 técnicos dos vários sectores Governamentais e activistas de Organizações da Sociedade Civil com o objectivo de alcançar através de workshops educacionais 3000 meninas e 3000 rapazes com informação sobre saúde menstrual, e produtos menstruais ajudando as raparigas adolescentes a desenvolver o poder e a autonomia sobre os seus corpos, ao mesmo tempo que envolvemos os rapazes na luta contra o estigma e os tabus através do desenvolvimento de uma cultura de respeito mútuo.
A Formação de Formadores foi a terceira, e resulta de uma forte e salutar Parceria entre o UNFPA, o Governo de Angola, as Organizações da Sociedade Civil e a Be Girl Inc, desta feita no âmbito do Programa de Salvaguarda de Jovens (SYP), e a primeira presencial, com formadoras vindas de Moçambique.
O Embaixador dos Países Baixos em Angola Tsjeard Hoekstra, e Sarah Rwiyamirira, Chefe de Operações do UNFPA em Angola, visitaram os formandos que viajaram de 5 províncias (Luanda, Huíla, Namibe, Cunene e Cuando Cubango) para se juntarem à formação de formadores sobre saúde menstrual no âmbito do programa SYP em Angola. O Programa de Salvaguarda de Jovens (SYP em Inglês) é um Programa de âmbito regional de 5 anos que visa contribuir para o alcance e acesso universal à saúde sexual e reprodutiva de 60.000 jovens nas 5 províncias alvo.
Este Programa visa acelerar os esforços para reduzir a gravidez na adolescência e a gravidez indesejada, entre mulheres e jovens, com os correspondentes benefícios de investimento na educação, promovendo o seu empoderamento.
A Formação de Formadores em Saúde Menstrual formou 32 Formadores que facilitarão workshops adicionais para adolescentes e jovens. O objectivo principal é o de alcançar em 2022, 7500 meninas e 2500 rapazes com informação sobre Saúde e Higiene Menstrual e SSR e distribuir produtos menstruais que permitam às meninas gerir o seu Ciclo Menstrual com confiança e conforto.
