Luanda - A situação da saúde sexual e reprodutiva em Angola caracteriza-se por uma elevada taxa de fecundidade, de prevalência de abortos e de doenças de transmissão sexual e propagação do VIH/Sida.
A afirmação é da vice-ministra para saúde pública, Evelize Frestas, no Workshop para o reforço de coordenação das estratégias de intervenção em saúde sexual e reprodutiva realizado hoje, quinta-feira, em Luanda, em parceria com o Fundo das Nações Unidas para População (FNUAP).
Segundo a governante, todos estes aspectos decorrem ou são agravados pelo limitado acesso aos serviços de saúde em geral e, em particular, ao planeamento familiar, à cobertura pré-natal e ao parto institucional assistido.
Para reverter a situação, a vice-ministra aponta a promoção do desenvolvimento económico e humano, a redução da pobreza, o aumento da escolarização a todos os níveis da população e das mulheres em particular, assim como uma informação e educação eficazes.
O sistema nacional de saúde, disse, tem uma responsabilidade particular em garantir que os objectivos e metas do Milénio, relativos à saúde materna e infantil, sejam bem compreendidos e que os programas e projectos sejam implementados com eficácia e eficiência.
O sucesso deste empreendimento depende, em grande medida, das parcerias estabelecidas entre o governo central e os locais, organizações da sociedade civil, igrejas e do engajamento dos serviços, dos profissionais de saúde e da população.
Para Evelize Frestas, a melhoria da saúde sexual e reprodutiva e a consequente redução da mortalidade materna e infantil são portanto um desafio global da humanidade, uma prioridade governativa e um projecto de todos.
De acordo com a vice-ministra, há necessidade de se fazer o levantamento e discussão da saúde sexual e reprodutiva em Angola, no quadro das políticas, recomendações, estratégias e programas estabelecidos a nível internacional e contemplados na política nacional de saúde, para se apreciar os resultados, os constrangimentos e perspectivas que se desenham, com vista à redução da mortalidade materna e infantil.
"É fundamental, em particular, discutir como podem as acções ser implementadas eficazmente a nível de todos os municípios, promovendo ambientes saudáveis no seio das famílias, dos bairros e das aldeias, dos locais de residência e do trabalhos", alertou.
É igualmente decisivo aprimorar a coordenação harmoniosa entre os diversos parceiros, sectores e intervenientes para a melhoria da saúde das mães e das crianças, evitando duplicações ou lacunas, rentabilizando os recursos e promovendo as sinergias.
A vice-ministra falou sobre o recente encontro de alto nível sobre saúde materna realizado na Etiópia, onde foi recomendado que todos os países estabeleçam um plano de trabalho exaustivo, integrado e orçamentado que inclua a totalidade das intervenções dos parceiros envolvidos, como forma de aumentar a eficácia e garantir os resultados esperados no tempo estabelecido.
Entre as acções para monitorização de saúde materno-infantil, deve-se implementar a curto prazo os comités de mortes maternas e neonatais, como forma de inventariar e auditar esse segmento da mortalidade, extraindo lições e recomendações que permitam efectivar rapidamente a sua diminuição.