Luanda - Vinte kits cirúrgicos diversos de 36 unidades para a reparação da fístula obstétrica foram entregues hoje, quinta-feira, em Luanda, na Maternidade Lucrécia Paím, pelo Fundo das Naçoes Unidas Para a População (Fnuap).A entrega do equipamento (pinças, tesouras e afastadores), foi recebida pelo Director da Maternidade Lucrécia Paím, Abreu Pecamena.
A representante da organização, Florbela Fernandes, que procedeu a entrega, referiu o gesto como importante, devido ao facto de existerem muitas mulheres e sobretudo, jovens que precisam de uma cirurgia para reparar deficiências que provêem de partos.
“Nós, como Fundo das Nações Unidas para a População estamos interessados em garantir que todas as mulheres possam ter acesso a um parto que seja seguro e planejar as suas gravidezes”, garantiu.
A responsável disse que este kit vai ajudar muitas mulheres a terem a sua vida de volta e a conquistarem a sua dignidade, se realizando profissionalmente, lembrando que muitas perdem várias oportunidades devido a patologia, sendo ainda discriminada pelos maridos e demais familiares.
Exortou aos profissionais a saberem fazer uso do material e que se identifiquem com a causa pois é uma situação que tende a afectar as mulheres que são bastante vulneráveis.
Já para o director da Maternidade Lucrécia Paím, Abreu Pecamena, a fístula é uma doença que poucas pessoas conhecem como patologia, e é considerado como um problema de saúde pública. Para si esta doação, vai em grande medida ajudar a aumentar o número de cirurgias feitas das fístulas.
Adiantou que a cirurgia da fístula na Maternidade é um trabalho ainda pioneiro, e que por muito tempo foram buscar experiência no hospital da Damba, para onde enviaram profissionais.
Fez saber que em 2014, decorreu o primeiro seminário na Maternidade Lucrécia Paim, e foram feitas 17 cirurgias num período de uma semana.
Informou igualmente que neste mesmo ano acima citado, iniciaram-se as operações de fístula, tendo actualmente cinco casos por operar.
A fístula, reforçou, é uma patologia que mata, principalmente a população das comunidades, pois elas se isolam e perdem o carinho de toda a família chegando até a morte.
Exortou as mulheres a fazerem o acompanhamento do pré-natal para evitar casos de género, pois os partos não devem ser feitos em casa, mas sim nas unidades hospitalares para evitar esta patologia.
*Fonte angop