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Workshop de Igualdade e Dignidade Angola 2021

“Eu me considero uma pessoa normal, eu sou bem capaz das coisas que eu faço e dos meus actos...Gostaria poder mostrar ao mundo aquilo que sei fazer, exercer a minha profissão de sonho construindo mobílias” – Edvanio, 19, Estudante do Ensino Especial do Rangel.


Edvanio Jorge, 19, e Valdemara Ferreira Pinto, 14, estudam na Escola de Educação Especial Rangel de Angola. 
https://www.youtube.com/watch?v=MeX0FwoTx2M

Aos 19 anos, Edvanio Jorge, um estudante da Escola de Educação Especial do Distrito Urbano do  Rangel em Luanda,  Angola, está ciente de que algumas pessoas podem olhar para ele de uma forma diferente. Mas Edvanio é um exemplo brilhante de força e resiliência, e não deixa que a desinformação de outras pessoas sobre viver com deficiência, o desencoraje dos objectivos da sua vida. Edvanio sonha em continuar a desenvolver o seu talento na construção de mobiliário, e acredita que é importante eliminar mitos e tabus sobre pessoas com necessidades especiais, porque elas também podem contribuir para um mundo melhor.


Edvanio Jorge, 19, Estudante da Escola de Educação Especial de Rangel

A educação é um importante aliado para aumentar esta consciencialização, para dissipar os mitos por exemplo ligados à menstruação e a deficiência, principalmente a presunção que as meninas com deficiência não menstruam, e para garantir que mais meninas tenham acesso às informações correctas sobre a SSRD, especialmente sobre a saúde e higiene menstrual.

 

No mundo, quase 1/5 da população feminina são mulheres com deficiência (UNFPA/WEI2020). De acordo com dados do Censo da População e Habitação realizado em Maio de 2014, em Angola, a prevalência de pessoas com deficiência até este período de referência era de 2,5%, o que equivalia a 656.258 habitantes. 

Assegurar que mais raparigas e jovens tenham acesso à informação correcta sobre a SSR, especialmente sobre saúde menstrual, é fundamental para fazer avançar os direitos dos mais vulneráveis no país. Além disso, os sistemas de protecção social contra a exploração e a vulnerabilidade devem tornar-se mais eficazes, especialmente para prevenir o risco de gravidez não desejada de adolescentes e as taxas de abandono escolar que são extremamente elevadas no país. Em Angola, 37% das raparigas adolescentes já tiveram a sua primeira gravidez, tornando esta uma das taxas de natalidade mais elevadas do mundo e a 2ª mais elevada na África Subsariana. 

 

Para contribuir para este objectivo, e assegurar que os jovens, principalmente as meninas com deficiência, tenham as ferramentas e autonomia necessárias para uma maior inclusão na sociedade e possam exercer o direito a uma liderança participativa em direcção a um mundo pós-COVID-19 inclusivo, acessível e sustentável,  o UNFPA realizou um Workshop sobre a Saúde e Higiene Menstrual na escola Especial do Rangel que é uma escola dedicada a jovens e adolescentes com deficiência auditiva e de aprendizagem. 

O envolvimento dos jovens cria condições para o empoderamento e realização do potencial de todos


Marina Coelho, Representante Assistente do UNFPA Angola, dirige um workshop interactivo sobre Direitos de Saúde Sexual e Reprodutiva para estudantes com necessidades especiais da Escola Rangel de Educação Especial em Luanda, Angola.

“Quando era mais nova eu ficava triste porque não conseguia fazer amigos devido à minha condição”

 

Conheça a história de Valdemara  , uma menina de 14 anos com necessidades especiais. Valdemara nasceu e cresceu em Luanda, alimenta o sonho de poder conhecer Portugal por ser um país com o qual se identifica. Valdemara frequenta a educação especial na escola de Ensino Especial do Rangel, em Luanda. 


Valdemara Ferreira Pinto, uma menina de 14 anos com necessidades especiais, sonha em ser banqueira. 

 

Quando era mais nova, Valdemara sofria dos sintomas de exclusão social, que incluíam a chamada depressão em tenra idade. Hoje, Valdemara tem um grupo activo de amigos e colegas de classe, e apresenta-se como uma rapariga muito comunicativa e feliz, cheia de sonhos para o futuro. 

Desde cedo identificou-se com a banca e sonha poder trabalhar no sector bancário. Graças aos investimentos que estão a ser feitos na sua educação, os sonhos de Valdemara podem tornar-se realidade, e dar um importante contributo para o desenvolvimento do seu país. 

Valdemara apela para que o mundo e em particular Angola olhe para as pessoas especiais como sendo normais, pois carregam sonhos e, podem contribuir para o desenvolvimento do país, pessoas normais precisam de pessoas especiais da mesma forma que pessoas especiais precisam de pessoas normais.

A sociedade precisa dos talentos de pessoas especialmente capazes, da mesma forma que as pessoas especialmente capazes precisam de uma sociedade amável.

O trabalho do UNFPA com o Governo de Angola demonstra que os investimentos feitos nos jovens criam as condições para a protecção e empoderamento no avanço dos direitos de saúde sexual e reprodutiva, especialmente para os mais vulneráveis.