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Há quase trinta anos, na Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento (CIPD), realizada no Cairo - Egipto em Setembro de 1994, propusemo-nos alcançar um mundo em que as pessoas vivessem mais tempo e com mais saúde e gozassem de mais direitos e escolhas do que nunca.

"É um lembrete de que podemos alcançar o futuro próspero, pacífico e sustentável previsto pela CIPD e pela Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável se aproveitarmos o poder de cada ser humano no planeta. Quando libertamos todo o potencial das mulheres e raparigas - encorajando e alimentando os seus desejos para as suas vidas, as suas famílias e as suas carreiras - galvanizamos metade da liderança, ideias, inovação e criatividade para melhorar a sociedade."

Em Angola, 51% da população de 36 milhões de habitantes são do sexo feminino e cerca de 38% dos agregados familiares são chefiados por mulheres.

"A concretização da saúde sexual e reproductiva e dos direitos reprodutivos para todos é a base da igualdade de género, da dignidade e das oportunidades. No entanto, mais de 40 por cento das mulheres em todo o mundo não podem exercer o seu direito de tomar decisões tão fundamentais como ter ou não ter filhos. Empoderar as mulheres e as raparigas, nomeadamente através da educação e do acesso à contracepção moderna, ajuda a apoiá-las nas suas aspirações - e a traçar o caminho das suas próprias vidas."

A taxa de prevalência de contraceptivos modernos em Angola é uma das mais baixas da região, com 12,5%, e 38% das mulheres casadas têm uma necessidade não satisfeita de planeamento familiar. Cobrir metade desta necessidade não satisfeita de planeamento familiar até 2030, ou seja, reduzi-la para 19%, evitaria por ano cerca de 1.300 mortes maternas, 99.000 abortos inseguros e 517.000 gravidezes indesejadas. Além disso, o custo total desse investimento de 19 milhões de dólares por ano traria um benefício económico de 162 milhões de dólares por ano, ou seja, 8,4 vezes o retorno do investimento.

A promoção da igualdade de género é uma solução transversal para muitos problemas populacionais. Em países com um rápido crescimento populacional, como Angola, com uma taxa de crescimento populacional actual de 3%, a capacitação das mulheres através da educação e do planeamento familiar pode trazer enormes benefícios através do capital humano e do crescimento económico inclusivo.

Na verdade, o desenvolvimento sustentável não pode ser alcançado sem garantir que todas as mulheres e homens, raparigas e rapazes, gozem da dignidade e dos direitos humanos para expandir as suas capacidades, garantir a sua saúde e direitos reprodutivos, encontrar um trabalho digno, contribuir para um crescimento económico inclusivo e sustentável e estimular a prosperidade económica.

“O UNFPA está ao lado de cada um dos oito mil milhões de seres humanos para que eles e elas possam reivindicar os seus direitos e fazer as suas próprias escolhas. Porque só isso conduzirá a um futuro que trará igualdade e prosperidade para todos nós."