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O Governo de Angola e o  UNFPA Angola implementaram  o Projeto Piloto de Gestão de Saúde Menstrual em parceria com BeGirl Inc. em 4 das 18 Províncias do país (Luanda, Lunda Sul, Huambo e Huíla) para abordar e identificar barreiras relacionadas à menstruação e cujo impacto reforça as desigualdades de gênero.

 

Globalmente, existem dois bilhões de meninas e mulheres em idade menstruada, 10 milhões das quais vivem em Angola.

O início da adolescência é um período de rápidas mudanças na vida de uma menina. As meninas costumam entrar nesse estágio complexo da vida sem apoio ou com muito poucas informações sobre o que está acontecendo com elas e em meio ao estigma e mitos generalizados sobre a menstruação. Não é surpreendente que quando as meninas vivenciam seu primeiro ciclo menstrual - (Menarca), muitas vezes marca o ponto de partida para as disparidades de género, incluindo papéis de género rígidos no lar, com as normas sociais tornando-se mais perceptíveis e restritivas.

A boa gestão de saúde menstrual permite que mulheres e meninas exerçam e desfrutem dos direitos humanos com base na igualdade e dignidade. A baixa gestão de saúde menstrual, incluindo a falta de saneamento, saúde, autonomia corporal de mulheres e meninas, estigmatização e práticas sociais, culturais ou religiosas limitantes "podem impactar negativamente na medida em limitam o exercicio de certos direitos, incluindo os de acesso à educação, trabalho e saúde". A saúde menstrual está intimamente ligada à capacidade das pessoas de exercerem os seus direitos.

O Governo de Angola e o  UNFPA Angola implementaram  o Projeto Piloto de Gestão de Saúde Menstrual em parceria com BeGirl Inc. em 4 das 18 Províncias do país (Luanda, Lunda Sul, Huambo e Huíla) para abordar e identificar barreiras relacionadas à menstruação e cujo impacto reforça as desigualdades de género. O programa foi o primeiro do género em Angola, onde a GSM não era anteriormente um tema público da agenda nacional. No entanto, devido aos esforços de advocacia do UNFPA e à natureza inovadora das actividades apresentadas, o piloto obteve total apoio das autoridades centrais e municipais e de organizações da sociedade civil. Essa participação significou que escolas, igrejas e organizações da sociedade civil abriram suas áreas de reunião e tempo de equipa para participar desses treinamentos que se concentram num método de ensino inovador que é emocionalmente envolvente e capacita meninas e meninos enquanto os ensina sobre saúde menstrual. Como resultado, 1.000 meninas de 10 a 16 anos foram equipadas com duas PeriodPanties ™ (calcinhas menstruais) cada, para administrar seu período com segurança e conforto e 1.000 meninas e 1.000 meninos receberam uma ferramenta Smatcycle (reloginho menstrual) para lhes permitir ter um maior conhecimento sobre as várias etapas do ciclo menstrual; meninas e meninos foram educados usando a metodologia de educação SmartCycle®, por meio da Construção de Ciclos de Empatia, para melhorar seus conhecimentos e atitudes sobre menstruação e reprodução; e os dados foram recolhidos para avaliar a eficácia da intervenção piloto, por meio de um Estudo de Impacto. 

O Estudo de Impacto realçou que uma em cada 5 meninas revelou ter faltado a escola por causa da menstruação no último ano. As recommendações para o sucesso de uma intervenção a favor da saúde menstrual são:

1.Proporcionar educação menstrual baseada em biologia a meninas e rapazes a partir de uma idade precoce
(de preferência antes da menarca).

2. Envolver os pais, professores, líderes comunitários e os próprios adolescentes nos esforços educacionais sobre menstruação.

3. Proporcionar às meninas o acesso sustentável a produtos menstruais fiáveis.

4. A nível nacional, advogar a favor do incremento dos esforços de colaboração na geração de evidências e programas sobre saúde menstrual.