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Jackie Mwenyi Mukadi é uma mulher congolesa de 28 anos. Ela também fugiu dos conflitos em Kassai República Democrática do Congo (RDC)  para procurar refúgio em Angola. Em 2017, chegou no assentamento de refugiados no Lovua, no Dundo, com o seu marido e os seus sete filhos. 
 
Ela preparava-se para dar à luz ao seu oitavo filho. Na terça-feira, dia 10 de abril de 2018, Jackie começou a sangrar e ficou muito preocupada. Estava prestes a entrar em trabalho de parto.
 
O seu  marido saiu a correr à procurar da ajuda da  “maman lumiér” Helen. “Ela deu-nos  uma lâmpada e pediu-nos para manter a calma enquanto ia à busca de uma mobilizadora social do Espaço Amigo da Mulher, do UNFPA, para nos levar à unidade de saúde Medicos del Mundo (MdM). Foi a primeira vez que vi luz à noite na nossa vila” – Jackie explicou.
 
Assim que a mobilizadora social chegou, Jackie foi, imediatamente, levada numa ambulância para a unidade de saúde dos MdM. Lá, ela sentiu-se alivada por ter uma lâmpada solar com ela. 
 
No assentamento, a energia é um bem raro, tal como abrigo, água e comida. Sem acesso a energia eléctrica, os médicos esforçam-se para salvar vidas depois do anoitecer. Nesse contexto, mortes maternas que seriam classificadas como evitáveis podem acontecem.
Mais do que uma ferramenta para o uso no escuro, a lâmpada solar ajudou a salvar as vidas da Jackie e da sua filha Musawu Joly - isto é significativo. A meta global é para zero mortes maternas evitáveis. 
 
Jackie acredita profundamente que a sua filha veio ao mundo sã e salva porque havia uma lampada solar a iluminar o seu parto.  
Atualmente, o assentamento de Lovua acolhe cerca de 13,475 refugiados congoleses (3,359 familias) e prevê-se um aumento consider]avel da população até ao final de maio de 2018, após a realocação de cerca de 11,000 refugiados da área urbana para o assentamento. 
 
Para os próximos 9 meses, espera-se ter cerca de 1000 mulheres grávidas no assentamento. Em média, são registados, 10 partos e nascimentos por semana e casos de morte materna são reportados tanto a nível da comunidade como nas unidades de saúde. 
 
Em parceria com o JICA (Agência de Cooperação Internacional do Japão) UNFPA iniciou a iniciativa-piloto "Luz para salvar vidas”.  Foram distribuidas 70 unidades de lâmpadas solares PANASONIC que beneficiaram as 43 vilas, as unidades de saúde dos MdM e o sector da Polícia Angolana.
 
Com as lâmpadas solares JICA / PANASONIC distribuídas pelo UNFPA, entre os meses de dezembro de 2017 e 31 de março de 2018, 47 mulheres grávidas e bebês beneficiaram-se de serviços de parto seguro nas unidades do MdM, após o anoitecer. 
 
Em cada vila, no assentamento de Lovua, há uma “mamam lumiér”, uma mulher escolhida como guardiã da luz. Ela apoia as mulheres e meninas na comunidade e as encaminha para os espaços amigos das mulheres, onde elas têm acesso a educação sobre saúde reprodutita, planeamento familiar, prevenção de violência baseada no gênero, bem como saúde materna durante a gravidez.
 
Denizia Pinto
UNFPA Angola