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UNFPA distribuiu kits de saúde reprodutiva para mitigar a seca no sul do país

A seca no Sul de Angola está no centro de todas as preocupações. Programas de emergência tentam mitigar os efeitos da seca severa. O UNFPA apoia o Ministério da Saúde de Angola na implementação do Projecto de Resposta à Saúde Sexual e Reprodutiva nas Províncias Afectadas pela Seca, para abrandar a precariedade das estruturas de saúde na região e sensibilizar as populações locais.

 

Marina Coelho, representante assistente do UNFPA, conhece de perto os esforços do governo de Angola e dos parceiros para aliviar a situação precária em matéria de saúde sexual e reprodutiva no Sul de Angola. A pior seca na região dos últimos 40 anos traz desafios importantes na assistência a uma população de milhões de pessoas em situação de vulnerabilidade alimentar, onde o risco de mortalidade materna e neonatal, de infecções transmitidas sexualmente, gravidezes precoces e de violência baseada no género aumenta de dia para dia.

 

A responsável lidera um programa que beneficia as unidades de saúde com kits de saúde reprodutiva no sul do país. Como explica, “o Governo de Angola confiou ao UNFPA o papel de apoiar na organização dos serviços integrados de saúde sexual e reprodutiva, mediante a formação e acompanhamento em serviço de técnicos de saúde dos 22 municípios seleccionados”. Estas formações teóricas e práticas “incluem a actualização em temas básicos de saúde sexual e reprodutiva. Além disso, o projecto também contempla a mobilização comunitária, distribuição de kits de dignidade para apoiar 50.000 meninas e mulheres durante a menstruação e os kits de saúde reprodutiva para garantir a realização de partos seguros.”

 

 

Partos Mais Seguros em Zonas Afetadas Pela  Seca 

Até agora, o investimento em kits de saúde reprodutiva alcançou os 500 mil dólares. Às unidades sanitárias das regiões afectadas pela seca, “foram entregues 740 kits que servem para diversos procedimentos, como a realização de 7 mil partos, tratamento de infecções transmitidas sexualmente e tratamento de violações sexuais”. Numa outra vertente, dos 50 mil kits de dignidade previstos, 15 mil já foram entregues. Marina Coelho garante que esta acção “provocou já a melhoria das condições básicas de higiene e saúde menstrual para as meninas e mulheres que convivem com a constante escassez de água”. 

 

 

O programa de distribuição de kits contemplará os 22 municípios seleccionados nas províncias do Cunene (Cuanhama, Ombadja, Curoca, Namacunde e Cahama), Namibe (Moçâmedes, Tômbua, Virei), Cuando-Cubango (Cuangar, Rivungo, Mavinga, Dirico, Nancova, Calai e Cuchi) e Huila (Cacula, Chibia, Quilengues, Quipungo, Gambos, Humpata e Matala). A representante assistente do UNFPA avança também que em cada um dos municípios “está prevista a organização de pelo menos um Serviço Amigos de Adolescentes e Jovens (SAAJ)”. 

Em Angola, onde, por exemplo, apenas 32% das meninas conhecem as formas de se prevenir das infecções pelo VIH, o apoio dos SAAJ é muito importante. 

As iniciativas que Marina Coelho descreve são algumas das muitas acções em marcha no âmbito do Projecto de Resposta à Saúde Sexual e Reprodutiva nas Províncias Afectadas pela Seca no Sul de Angola, que o Ministério da Saúde lidera e que tem um financiamento de 2,5 milhões de dólares do Banco Mundial. Em termos gerais, enumera, “este projecto visa apoiar a oferta de serviços integrados de planeamento familiar, pré-natal, parto seguro, cuidados com os recém-nascidos, puericultura e prevenção das Infecções Transmitidas Sexualmente e VIH” nos 22 municípios seleccionados.

A Direcção Nacional de Saúde Pública, os gabinetes provinciais e municipais de saúde aliam-se a organizações como a World Vision International, o Programa Alimentar Mundial para dar uma resposta efectiva. No que toca ao UNFPA Angola, pontua Marina Coelho, a agência “trabalha em parceria com o Governo para que cada gravidez seja desejada, cada parto seja seguro e que o potencial de cada jovem, seja plenamente alcançado de forma que ninguém, seja deixado para trás, especialmente os que mais precisam, como é o caso das populações das províncias afectadas pela seca no sul do país”.